terça-feira, 29 de maio de 2018

Arte Provisória




Analisamos em outros posts a rica (e nem sempre valorizada) relação entre Arte e Arquitetura. Hoje vamos falar da relação (ainda mais delicada) entre Arquitetura e Arte Provisória.
Arte Provisória é uma contradição em termos. A arte adquiriu um status tão alto que imaginar algo que tenha uma curta duração entra em conflito com as expectativas, as tradições, os conceitos difundidos sobre Arte. Sim, existem artes provisórias como o Teatro e a Dança, mas estamos falando da imagem, algo que pode ser capturado e guardado para sempre.
A Arquitetura, nem se discute que é permanente, por isso associá-la a manifestações sem compromisso com a permanência pode ser arriscado. O SESC PINHEIROS assumiu esse desafio, e o escritório NITSCHE ARQUITETOS o executou.
O paredão da esquerda na entrada do Sesc Pinheiros vem abrigando há tempos murais transitórios, que duram pouco tempo. Naturalmente, pode-se errar ou acertar a mão, e os artistas podem dialogar com o entorno — ou não. Sendo assim, cada obra é um caso à parte. No caso atual, essa obra faz parte de uma mostra — Arquite-tô — que com oficinas, peças, exposições, lançamentos discute o papel da Arquitetura no mundo atual.

A proposta do Nitsche Arquitetos — ou de Lua Nitsche, Pedro Nitsche e João Nitsche — foi fazer referência a um perfil típico da paisagem paulistana, ainda que pouco reconhecido: o Pico do Jaraguá, o ponto mais alto da cidade, o que também traz à discussão a verticalização do espaço urbano.
Só que nesse caso a transitoriedade foi assumida de peito aberto, e o resultado é excelente do ponto de vista de integração ao prédio. O perfil é formado por trenas metálicas dispostas com diferentes comprimentos, e as caixas cor-de-laranja que as envolvem fazem parte da composição. Ou seja, a ‘medida’ da altura é o que está em jogo aqui. (Em outro post, já falamos da desmedida verticalização que parece tomar conta de São Paulo nos últimos anos.)  O espectador é levado a analisar essa delicada composição, o uso de um material inusitado, sem entender a princípio os seus porquês. Ou seja, ele tem de parar para pensar, mesmo. E a obra é tão provisória que o vento estragou uma parte, bagunçando as trenas metálicas e pedindo um ‘restauro’ rápido. Dá para entender por que assumir a ‘Arte Provisória’ é complicado?

Só podemos esperar que outras iniciativas corajosas como essa apareçam — para que a gente possa analisar mais uma fez como fica a questão da Arte no espaço urbano.


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quinta-feira, 3 de maio de 2018

Renovação Urbana



Painel de azulejos 'Asa de Morcego' de AntonioSDesigner


Muito se especula sobre o custo de uma transformação urbana, uma reforma que transforme as partes mais feias e deterioradas da cidade (qualquer cidade) em áreas atraentes, belas e convidativas. Para quem mora, isso significa ter mais qualidade de vida (sim, o estético tem a ver com qualidade de vida) e para quem apenas passa pelo local isso pode ter significados ainda mais amplos, pois cria outra relação entre o cidadão e a cidade. Uma outra relação que poderia ser de respeito e orgulho – a ideia de que podemos e devemos preservar esse espaço.

Acompanhando um trabalho específico aqui na Vila Madalena, posso agora afirmar que o custo para ter uma cidade mais bonita é baixo. O painel de azulejos Asa de Morcego, projeto de AntonioSDesigner, modificou um ponto de grande circulação de pessoas, pois está na saída do metrô Vila Madalena, na rua Marinho Falcão, e sua instalação foi rápida. Como se pode ver na foto abaixo, um local que parecia abandonado (e pichado, já falamos aqui sobre pichações) agora atrai atenção e olhares, enfim, cumpre uma função estética. O local já é bastante comercial, com bares, lanchonetes, mas esse painel de azulejos está instalado numa casa residencial, sem nenhuma intenção de atrair o consumidor.



Esse aliás é um dilema das cidades: são espaços para o cidadão ou para o consumidor? Se todas as paredes e muros são cobertos por propaganda, a relação que se estabelece é simplesmente a de servir como suporte ou base para o encontro de vendedores e compradores. Mas nós, arquitetos, certamente preferimos acreditar que a relação deve ser com o espaço, uma relação que deve ser estética e vivencial – sem passar pelo comercial. E isso deve ser estimulado.
Aqui em São Paulo, os outdoors foram proibidos, reafirmando a ideia de que essa relação não deve ser puramente comercial.
Se a prefeitura de São Paulo apostasse mais na renovação urbana, muitos prédios do centro poderiam, por exemplo, receber um incentivo (ex: redução do IPTU) para realizar reformas ou pinturas que renovassem o visual atualmente deteriorado. 
Painéis de azulejos, pintura, grafites, há muitas possibilidade de embelezamento – e muita gente disposta a fazer isso. Mas aparentemente os políticos hoje estão mais preocupados com outros valores ($$$) do que com a mera e inútil beleza que podemos encontrar em cada esquina.

Se houvesse mais projetos como o mostrado aqui, não há dúvida, teríamos mais qualidade de vida, e mais respeito entre os cidadãos e entre o cidadão e a cidade.


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sábado, 7 de abril de 2018

Arte-Arquitetura: Francisco Brennand



O sonho de todos os arquitetos é produzir uma obra – com tijolos, cimento, concreto – que seja considerada uma obra-de-arte, quer dizer, algo de indubitável valor artístico.  As chances, contudo, são mínimas. Pouquíssimos prédios no mundo podem entrar nessa categoria, e talvez seja por isso que arquitetos como Santiago Calatrava apostam em estruturas com formas e materiais inovadores, a ponto de o resultado final ser tão surpreendente que provoca nas pessoas tudo menos indiferença – da mesma forma que uma obra de arte provocativa em uma Bienal.
Todos sabem que prédios são obras utilitárias e a grande maioria passa despercebida dos observadores.
Ocorre que, em alguns casos, um prédio desinteressante depõe contra sua própria função em determinado contexto.  Um museu, por exemplo, não deveria passar despercebido.
Francisco Brennand, na elaboração de seu próprio museu, fez outro tipo de opção: associar sua arte aos prédios de uma olaria já existente, e chamar colaboradores como Roberto Burle Marx para compor o paisagismo, onde também estão suas obras de arte. Esse é um procedimento que pode ser adotado em muitos casos — ou seja, associar diversos fazeres artísticos em um projeto, de maneira que o resultado final seja harmônico — e artístico.
Paisagismo de Burle Marx

O conjunto arquitetônico de prédios-galpões recebe uma área inter-mediária a céu aberto onde a arte se impõe como um santuário —  como se estivéssemos em um Templo Maia. Ali, multiplicam-se criaturas de formas inesperadas, humanas ou semi-humanas, animalescas, ou simplesmente misteriosas. O significado dessa arte não é dado de imediato, e nos leva à contemplação. O fato é que essa ‘área intermediária’ mantém a mesma proporção dos prédios do entorno, garantindo a harmonia dos espaços, e indica como esculturas podem construir um espaço ao mesmo tempo virtual e real, delimitando corredores, ágoras, passagens. Por outro lado, a cerâmica (também assinada por Brennand) associada a algumas paredes as transforma em telas gigantes, sem que a dimensão arquitetônica seja perdida.























Tudo isso não é, evidentemente, algo que possa ser copiado a torto e direito. Mas podemos, sim, afirmar que a Oficina Brennand é um exemplo de integração entre Arte e Arquitetura, e algumas dessas soluções podem perfeitamente inspirar arquitetos dos tempos atuais — voltando mais uma vez à ideia de que mais vale uma ousadia arquitetônica do que o eterno ‘forma-segue-a-função’. Hoje, quem pensaria em abrir nichos em paredes externas para abrigar esculturas? Provavelmente ninguém — mas vamos deixar no ar a pergunta: Por que não?

Adão e Eva em nichos em parede cobertas de cerâmica

Esculturas em parede servindo como fonte


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quinta-feira, 15 de março de 2018

A Explosão do Grafite




Grafite de Kobra - FNAC Pinheiros

Você olha de um lado e vê um. Anda alguns passos e logo vê outro. Ali, naquele canto, também tem um, e mais adiante no portão há outro. O GRAFITE (também chamado de Grafitti ou Grafito) explodiu. Será que todos os grafiteiros estão apostando no sucesso à la KOBRA, o nome mais conhecido nesse meio, que tem grafites em vários países?

Vamos lembrar: o Grafite surgiu na década de 70 nos EUA como um grito de protesto, uma necessidade de expressão individual.  Sim, as metrópoles são opressivas, e de alguma forma a pressão precisava de um escape. As pichações que se resumem a um palavrão ou xingam políticos são da mesma família, mas esses primos têm ambições diferentes: os pichadores querem apenas protestar, os grafiteiros querem ser artistas. E haja espaço para acomodar todos eles. As paredes cegas de edifícios de São Paulo vêm sendo usadas para essa expressão artística, o que envolve uma pequena ironia: o que era uma manifestação de protesto passa a custar caro, exigir mão de obra especializada, andaimes etc. Ou seja, só poderia ser feito por um revoltado endinheirado. Talvez por isso quase não sejam mais protestos, mas tão-somente desenhos muito bem feitos.

Grafite de Paulo Ito para a Copa do Mundo de 2014
No entanto, um grafiteiro como PAULO ITO, por exemplo, faz sua arte muito benfeita a partir de uma crítica social, preservando o sentido original do grafite, e é por isso que a imagem acima (pungente), ganhou projeção mundial, antes da Copa de 2014 no Brasil.

Os grafites se multiplicam e seria impossível contar ou classificar os melhores, os artistas que realmente se destacam. Mas podemos fazer uma análise mais genérica.

 Chama a atenção o fato de que esses artistas, ao escolher uma parede cega, não façam nenhuma referência ao entorno, e nenhum esforço de integrar o desenho na paisagem circundante. Trata-se apenas de uma superfície, como uma tela, que pode ser pintada. Ou seja, do ponto de vista arquitetônico, não acrescentam nada, não se misturam à dura poesia concreta dos edifícios, mas criam uma realidade própria. Com muita sorte, poderia acontecer de alguns serem associados ao edifício ou região onde estão. “Fica ali, no prédio da sereia com flores”.

Grafite de Bruno Paes - belo desenho sem relação com o entorno
Em São Paulo, houve uma grande polêmica, quando o prefeito João Dória mandou apagar grafites com tinta cinza. Os protestos porém diminuíram quando a prefeitura começou a pagar os grafiteiros para fazer seu trabalho em áreas específicas. Talvez o sonho de ser um artista reconhecido (e pago) tenha se realizado em muitos casos.

Grafite na rua Cardeal Arcoverde: pago pela prefeitura
Arte é arte, e arte geralmente provoca reações. Os grafites atuais têm originalidade e beleza suficiente para produzir curiosidade e uma emoção estética. Mas que seria melhor que eles estivessem ‘fundidos’ na paisagem do entorno, isso seria. Veja só o exemplo abaixo de Carlão Bernini: é um dos poucos exemplos em que o desenho (colorido ao extremo, aliás), conseguiu se fundir ao prédio, pois acompanha toda a extensão do edifício que podia ser pintada, levando em consideração esses pequenos absurdos que são as portas e janelas.

Prédio grafitado de Carlão Bernini na Pedroso de Moraes, Pinheiros 
E, para concluir, vamos lembrar que grande parte dos grafites atuais é monumental, ao ocupar imensas paredes de edifícios. Isso faz com que se perca a relação com o pedestre, o homem, a mulher, a criança, que passa ao lado. Nesse sentido, os grafites de Júlio Barreto  mantêm a proporção ‘humana’ original (para isso ele se vale de personagens), e com isso mantêm uma relação de proximidade e cumplicidade com os observadores, como se fizessem referência aos princípios dessa arte tão tipicamente urbana.  A humildade e a simplicidade, afinal, têm os seus benefícios.
Grafite de Júlio Barreto: escala humana


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quarta-feira, 7 de março de 2018

Revestimentos nº 3: O Porcelanato



Porcelanato Elizabeth imitando madeira

Não é de hoje que alguns revestimentos — o azulejo, por exemplo, — tentam imitar outros revestimentos como pedra, madeira, e até mesmo metal. No entanto, o que era antes ‘mau-gosto’, pois tratava-se de uma cópia e não do original, hoje atingiu o status de quase perfeição.  Quem conseguiu essa proeza técnica foi o porcelanato.




É possível assentar pisos e paredes com porcelanatos que imitam outros materiais e não se dar conta de que é uma cópia. Sendo assim, porque preferir o material autêntico – pedra, digamos – que tem uma performance tão inferior?? (basicamente, azulejos são feitos de argila, e os porcelanatos de porcelana (muito mais resistente), daí o nome.) Como se pode ver no comparativo das fotos, o porcelanato resiste à umidade e seus efeitos maléficos enquanto a pedra (sempre porosa) é ‘atacada’ pela umidade e pelas pichações, não oferecendo muitas alternativas de conservação – sim, é possível aplicar uma resina, mas os índices de absorção de umidade dos porcelanatos continuarão em níveis absurdamente baixos, sem contar a facilidade de remover sujeiras, o que depende também da rugosidade do material.



Há tantas opções de porcelanatos que é impossível fazer uma lista. O erro mais comum, no entanto, é escolher um porcelanato em uma loja pela “beleza” de uma peça, para depois descobrir que o mesmo material, aplicado a superfícies grandes, assume um padrão repetitivo/enjoativo, totalmente artificial. No caso de imitação de pedra ou madeira, chega a ser constrangedor ver algo tão mal feito, a ‘madeira’ ou ‘pedra’ que não engana ninguém, como na foto acima.

Mas esses ‘falsos revestimentos’ não são apenas os mais baratos. Alguns porcelanatos caros também têm esse problema, ou por fazer uma ‘pedra’  cujos veios não enganam, ou porque há poucas variações nas peças. O ideal é procurar aquele cujas peças vem em 4, 5 ou 6 modelos diferentes (em geral discretos, sem grandes veios ou variações de cor), que permitam um lay-out (quase) natural.  Afinal, se é para fazer uma imitação mal feita, seria melhor colocar um porcelanato de uma cor só.



Dentre os porcelanatos mais bem sucedidos, estão aqueles imitando concreto ou cimento, pela cor discreta, muito adequada a pisos — como nesse exemplo de um banheiro da Revista Arquitetura e Construção.  A foto mostra uma tendência: que os porcelanatos estão sendo usados até para fazer banheiras e pias — o que chega a ser um exagero.  Na minha opinião é melhor optar por outros materiais  e fazer uma composição equilibrada com diferentes cores e texturas, sem o risco de ficar enjoativo, aquele samba de uma nota só.

Apesar de haver inúmeras empresas, uma que merece destaque é a ELIZABETH CERÂMICA, empresa sediada no Nordeste, que se renovou e apresentou, nos últimos anos, muitos belos porcelanatos de qualidade e preço justo. São, comprovadamente, resistentes. Evidentemente, há outras, como Portobello, Eliane etc etc.


Revista Arquitetura e Construção


Mas é preciso lembrar os porcelanatos que aparentam ser madeira, como nessa capa da Revista Arquitetura e Construção, não tem a textura da madeira, o calor da madeira, a sensação da madeira, que temos ao pisar. O porcelanato, então, pode ser adequado para uma composição específica, para o uso de um local específico, mas não se pode achar que é madeira 'e pronto'. Da mesma forma, os vinílicos também imitam a madeira, mas não têm o seu calor. A solução, então, é testar o material antes de escolher (pisar, sentir a textura), e se possível fazer uma simulação em um aplicativo tipo Photoshop para saber qual será o resultado final.

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quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Revestimentos nº 2: O Azulejo

Painel de azulejos AntonioSDesigner - Painel Barcos


Dando continuidade ao post anterior, hoje vamos ser mais específicos e falar de azulejos. Esse revestimento que até encontrou aliados no Brasil, mas que nem de longe foi adorado e transformado em ícone como em Portugal. Talvez até por influência portuguesa, as pessoas achem que o azulejo é um revestimento antigo — certamente não conhecem Brasília.

Painel de Azulejos de Athos Bulcão - Congresso Nacional 

A Arquitetura Modernista fez bom uso dele, e Athos Bulcão está lá para provar. Ele criou a maioria dos azulejos já clássicos – inclusive o painel mais famoso do Brasil, o do Congresso, que sempre aparece na televisão. Mas quando se trata de revestimentos para os dias atuais, a maioria acha que azulejo só é bom em cozinhas.
Um dos aspectos discutidos da última vez foi a manutenção e durabilidade dos revestimentos. Aqui, o azulejo ganha disparado (os porcelanatos também, mas faremos outro post sobre isso). É possível manter azulejos bonitos por uma vida inteira, utilizando apenas uma espoja para limpar. O rejunte, sim, acumula sujeira, mas quando tem apenas 1 mm ele não é visto, e de qualquer forma também pode ser limpado com as Waps da vida ou com escovas.
O azulejo pode ser artístico e decorativo, como se vê na foto acima, um painel de AntonioSDesigner. No entanto, ele se presta à criatividade dos arquitetos mesmo que não seja um azulejo artesanal e decorativo. Com gosto e critérios corretos, o azulejo é um aliado moderno e arrojado da arquitetura contemporânea.

Azulejos coloridos no metrô de São Paulo 

Um bom exemplo é o metrô de São Paulo. Azulejos de muitas cores, usados tanto nas áreas internas quanto externas, ajudam a criar um ambiente dinâmico, alegre, atual, principalmente por quebrar a monotonia das paredes de concreto, que são uma marca registrada do metrô.  Eles estão lá há décadas e continuam sendo usados. Aliás, esse é um dos motivos para o metrô de São Paulo ganhar de disparada do metrô do Rio - lá, eles usaram mármore.

Prédio e muro cobertos de azulejos: sempre brilhando.


Prédios também o utilizam, desde projetos muito ousados até os projetos mais convencionais. Em geral, prevalece a vontade de usar COR e até mesmo dar uma identidade visual diferenciada, que a maioria dos prédios não têm. Veja o exemplo acima: prédio e muro são cobertos de azulejos, o que garante uma superfície sempre brilhante. Imagine só a dificuldade de pintar um prédio de 20 andares. A limpeza dos azulejos é bem mais rápida.


Prédio da Idea Zarvos - rua Delfina


No entanto, como não estamos no país de maravilhas de Alice, sem critérios estéticos bem definidos, podemos ter uma obra bastante... questionável no que se refere à sua fachada e a apreensão que o usuário comum pode fazer dessa obra. No exemplo acima (um prédio na rua Delfina, Vila Madalena) as superfícies foram revestidas com azulejos quadrados de 2 cores. O resultado é um prédio... com catapora. “Onde é que você mora?” alguém vai perguntar, e pelo menos nesse caso vai ser bem fácil identificar o lugar. A solução seria pensar em um desenho diferente, geométrico, talvez se inspirando em pintores abstratos. Da forma como está, temos a impressão de um desenho sem critérios, sem uma diagramação realmente elaborada.

E, apenas para não deixar uma interrogação no ar, colocamos aqui um outro exemplo que foi pela mesmíssima linha, utilizando apenas a ideia do quadrado e linhas retas, mas que alcançou um resultado bem melhor: um padrão de azulejos moderno, que não causa um acesso de riso. Vale ainda lembrar que ambos os exemplos são da mesma construtora, Idea Zarvos. Na verdade são o mesmo prédio, só que de ângulos diferentes. Ou seja, com os mesmo recursos, é possível alcançar resultados bem diferentes.

Prédio da Idea Zarvos - mesmo endereço

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quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

REVESTIMENTOS nº 1



REVESTIR: significado dicionarizado: vestir de novo. Isso significa que um revestimento dá uma nova roupagem a uma superfície que a rigor já tem algum tipo de acabamento. Algo que poderia permanecer como está. Ou não! Da mesma forma acontece com uma roupa nova, que vestimos porque queremos melhorar nossa aparência. REVESTIR pode ser necessário por motivos práticos, tais como proteger a parede de umidade, mas tem também o sentido inegável de EMBELEZAR.

E nunca houve, como hoje, tantas opções de revestimentos: Porcelanatos que imitam qualquer tipo de material, azulejos hidráulicos, madeira tratada, pastilhas ou seixos prontos para aplicação, além dos tradicionais azulejos, tijolos e — como ninguém é de ferro — películas que imitam tijolos.

Já houve quem negasse a necessidade dos revestimentos. A Arquitetura Brutalista dispensou-os, para deixar à mostra a verdade estrutural do edifício: as vigas, as paredes de sustentação, o esqueleto que muitas vezes passou a ser colocado fora do edifício. E muitas paredes de concreto, deixando evidentes as linhas das formas de madeira utilizadas. Quando mais nu e sintético o edifício, melhor. Até hoje há ecos dessa tendência (as paredes descascadas). No entanto, viver num ambiente completamente cinza pode ser cansativo, e o cinza não é uma cor estimulante.

Casa Brutalista, São Paulo - residência de Paulo Bittencourt


Há uma infinita variedade de opções de revestimento, como foi dito. Se você quer conhecer as melhores, a revista Arquitetura e Construção, em todos os números, traz uma lista de lançamentos, com preços e características. Então, a questão maior não é encontrar um belo revestimento, mas sim ter critérios adequados para escolher e aplicá-los. Infelizmente, muitas vezes faltam esses critérios.

A simples massa corrida não deixa de ser um revestimento. Há os graffiatos, mais resistentes. A questão é escolher um de baixa manutenção.  Se o revestimento é externo, deve-se lembrar que quanto mais irregular e rugoso o revestimento, maior a dificuldade de limpeza/conservação. Por quê? Porque a sujeira se acumula nessas irregularidades, e na primeira chuva forte a sujeira vira uma mancha. Isso, sem contar as pichações.  A bela pedra canjiquinha é um exemplo. Com o tempo, a beleza se transforma em mofo, musgo, uma superfície encardida.

Parede de canjiquinha - a maior parte já foi lavada.


As pedras já foram muito utilizadas aqui em São Paulo. Mas imagine a dificuldade de limpar uma pichação de uma pedra qualquer – que é porosa e absorve a tinta como uma esponja. Não é por outro motivo que muita gente pinta as pedras. Mas a escolha da tinta também é outro problema. Veja abaixo essas pedras pintadas de DOURADO – seria a caverna de Ali Babá? Como se disse, faltam critérios.
Os azulejos e porcelanatos lisos são a melhor opção para se proteger de uma pichação – a limpeza é fácil. No entanto, os azulejos também têm uma área onde se acumula sujeira: o rejunte. Por isso, o melhor é utilizar a menor junta possível – 1 milímetro de preferência. Contudo, ter critérios na hora de escolher o padrão é essencial.

Pedras pintadas de dourado

Loja Hering coberta de porcelanato imitando madeira


A loja HERING da rua Harmonia, por exemplo, utiliza um porcelanato que imita madeira. No entanto, o tom escolhido e o tamanho das réguas, além da diagramação monótona  (quadriculado sem variações), deixa evidente que não se trata de madeira, mas de um porcelanato mal escolhido.

Painel de azulejos Lurca


Já o muro desse edifício utiliza os belos azulejos da LURCA formando um painelmas em uma área muito grande e também sem variações. Ora, um azulejo que é mais escuro do que claro, e um desenho que se repete indefinidamente, sempre igual, acabam gerando um visual cansativo – faltam critérios!!


Veremos em um próximo post alguns exemplos de revestimentos mais inspiradores. Até lá!

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terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

A Boa Praça


Praça João Nassar, no Largo da Batata


O que é uma praça?
A praça sempre foi um local de encontro das pessoas. Na Grécia Antiga, a ÁGORA possibilitava não só o encontro, mas o debate público, o voto e portanto a democracia. Mais tarde, no século XIX, se percebeu que a aglomeração urbana cada vez maior só seria tolerável com a abertura de grandes avenidas para circulação de veículos e com espaços públicos com algum verde para a recreação de pessoas – a Praça.
No Brasil, em particular em São Paulo, o espaço destinado à praça, contudo, nunca é o que deveria ser. Por questões culturais, aqui esse espaço que deveria ser privilegiado é, ao contrário, ultrajado.
Do ponto de vista urbanístico, entra em questão o desenho, a concepção da praça. Certos arquitetos acreditam que uma grande área cimentada com algumas árvores seja uma praça – caso da Praça João Nassar, no Largo da Batata, acima. No entanto, é evidente que se esse espaço é adequado para manifestações e shows, não é para recreação e descanso. A proporção cimento/verde lembra muito mais um deserto do que uma Praça.
Praça Cazuza, cortada por escadas íngremes

Em outros casos, o espaço reservado à Praça é uma sobra do espaço que não comportaria a construção de casas. Veja só o caso da Praça Cazuza, na Vila Madalena. É um espaço vertical. Haja pernas para passear ali.
Mesmo que a praça tenha bastante verde, entra outra questão, que é a conservação do espaço. O verde é um alento, mas via de regra quando o olho desce um pouco a visão não é das melhores; por que afinal a praça é tão desvalorizada em países como o Brasil? A nossa cultura define que o espaço privado tem grande valor, mas o espaço público é uma terra de ninguém, sem dono, e, como tudo o que é público, sujeito ao descaso e ao desprezo. E com isso as praças sofrem.


Praça Emília Barbosa Lima, Alto de Pinheiros 

Na foto acima, pode-se ver que a poda e o corte da grama são um luxo que a maioria das praças não tem.  Sem contar que, em muitos casos, as praças servem para o despejo de entulho e lixo, mesmo em bairros considerados nobres, como o Alto de Pinheiros, em São Paulo (no caso, a foto da Praça Emília Barbosa Lima).

Painel de azulejos Antoniosdesigner, Praça João Ernesto Faggin 

Em melhor situação estão aquelas praças que recebem algum cuidado dos moradores. No caso das praça João Ernesto Faggin, na Vila Madalena, existe um painel de azulejos (de AntonioSDesigner) que embeleza o espaço, e novos equipamentos brilhantes,  mas basta dar alguns passos para ver que fazer a manutenção e cortar o mato não é prioridade para a prefeitura paulistana de João Dória. O guarda que ali permanece (contratado pelos moradores) cuida do seu pequeno entorno, mas não da praça como um todo.
Novos equipamentos, Praça João Ernesto Faggin, Vila Madalena

É intrigante. Uma poda a cada três meses não demanda grande esforço ou gasto; mas prevalece a ideia de que o poder público deve gastar com equipamentos vistosos uma única vez, para chamar a atenção – e a manutenção que fique para os próximos administradores.
Playground bem cuidado - pelo guarda

Haveria ainda muito a comentar. Mas sem uma mudança cultural, o espaço da praça no Brasil vai continuar sendo pouco cuidado e valorizado. Não há alternativa. Se há uma praça perto da sua casa, comece pelo menos a olhar para ela – e tente não cuspir.

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sábado, 3 de fevereiro de 2018

A Temida Verticalização




Não basta dizer que a verticalização urbana (prédios + prédios + prédios) é ruim ou desagradável.  Sabemos que a cidade – qualquer uma – não comportaria metrôs, sistemas complexos e rápidos de transporte, além de outros investimentos, se todo mundo morasse em casas com no máximo dois pavimentos.
De acordo com o último censo, São Paulo tem densidade superior a 7.300 habitantes por quilômetro quadrado (nas capitais, só fica atrás de Fortaleza). Se os prédios fossem substituídos por casas, a densidade cairia, e a extensão da cidade aumentaria. As distâncias seriam maiores, e o tempo de transporte também. Do jeito que está, temos acesso rápido a lojas, padarias, restaurantes, cinemas etc. Além dessa mágica, as pessoas optam pelos apartamentos porque querem segurança.
A questão então passa a ser os critérios da verticalização, e autorização dada pelas prefeituras a determinados projetos.  Como podemos ver no exemplo acima, na Vila Madalena (rua João Moura), às vezes alguma coisa dá muito errado.
Que tipo de critério poderia ser usado para permitir que um prédio tenha mais que o DOBRO da altura dos prédios da vizinhança? Ou terá sido a falta de critério? Ou talvez a “Outorga onerosa”, lei que permite que as construtoras “paguem” para fazer prédios mais altos? (resta saber a quem elas pagam) Nesse caso, esse mostrengo (de nome Origem Vila Madalena), em uma área onde até agora só havia casas só pode ser explicado mesmo pela famigerada “outorga onerosa”, já que esse projeto foge de qualquer critério de bom senso que se poderia esperar.
Mas, mesmo assim, eles, os construtores, não estão satisfeitos, e existe um movimento para facilitar AINDA MAIS a construção de prédios mais altos.  Veja essa notícia da Joven Pan (28/09/17):

Ou seja, mesmo com a lei que permite a compra/construção de mais andares em certas regiões, as construtoras querem esse benefício sem pagar nada, mudando a lei de zoneamento e provocando acessos de coléra em urbanistas e arquitetos.

Olhem bem: a foto não mente. Sob a gestão de João Dória, absurdos como esse vão se tornar a regra. E agora, para onde corremos?

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segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

A Cor na Arquitetura 2 (*post original 27/01/2017)


No último post, quando eu falei d’A Cor na Arquitetura’, cheguei a comentar que não é preciso ser um artista plástico para incluir a cor em projetos, fachadas, muros, enfim, onde quer que ela se encaixe

Mas isso não impede que artistas plásticos – e os que gostariam de ser artistas plásticos – utilizem a arquitetura como mais um suporte para a sua arte. Sim, arquitetos muitas vezes também são (ou têm a vontade de ser) artistas plásticos, e isso não deve ser motivo de vergonha, é claro. Tanto os arquitetos podem dar vazão à arte na arquitetura, como profissionais das artes plásticas podem ser chamados a contribuir – lembrando que projetos arquitetônicos são multidisciplinares e exigem de fato muitas colaborações específicas.

Para ficar mais claro, não estou falando de grafites, pintura mural, nada disso (farei um post depois sobre). Estou falando de uma arte que se incorpora ao projeto, às vezes tão bem que não se pode dissociar uma de outra. Estou falando da arte que se integra e ilumina a arquitetura.

Dois exemplos abaixo:


O primeiro é um mural, ou painel de azulejos, que está no muro externo de uma biblioteca, no caso a Biblioteca Álvaro Guerra, no Alto de Pinheiros. Não foi feito junto com o projeto, mas faz referência ao uso desse espaço, por isso utiliza o símbolo dos livros, e livros bem coloridos, para dar a ideia de um acervo variado e alegre. Eu não sabia de quem era, mas descobri que é de AntonioSDesigner, o que se pode ser verificado no local. Nesse caso as artes plásticas servem como uma indicação de uso do espaço, mostram que é uma biblioteca, e despertam a curiosidade de quem passa – a pé ou de carro.




O segundo é um edifício comercial, à Rua Harmonia, na Vila Madalena. O espaço se destaca pelos brises soleils multi-coloridos, e é claro que nesse caso as cores precisaram ser muito bem escolhidas – para compor um mural de fato artístico. Não por acaso, o local abriga lojas de arte, como a Democrart, uma espécie de galeria de arte ‘democrática’ com fotografias e reproduções acessíveis a todos os bolsos. E quem fez esse projeto? A informação não estava imediatamente disponível – ou seja, às vezes os melhores projetos não são feitos por um nome super conhecido, o que é mais um motivo para que arquitetos jovens se arrisquem mais.

Mas, pesquisando mais a fundo (como um jornalista, veja só!), descobri que é um projeto de Luiz Alcino Teixeira Leite, da LATL Arquitetura (um escritório que existe desde 1959!), e de Márcia Gullo, da Ilha Arquitetura. Portanto, é como eu disso no início: nada melhor para um projeto do que uma bela parceria. Palmas para eles.

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A Cor na Arquitetura (post original 22/01/2017)



Algo difícil de colocar na cabeça dos alunos é o papel da Cor na Arquitetura. A cor tem um significado, mas a primeira lição é saber que existem vários significados para cada cor. Não existem cores com significados só positivos ou só negativos. Uma construção toda branca nos transmite um quê de Éden, um espaço purificado de emoções conflituosas, um espaço de paz e tranquilidade. Mas ela também poderia parecer um hospital – frio, esterilizado, sem vida.  E, de quebra, um espaço que induz à solidão.

Contrabalançar esses significados é que seria, então, o desafio.

Só que, na verdade, estamos um passo atrás. Quase ninguém chega a se incomodar muito com a cor, sendo essa uma preocupação, talvez, para decoradores, ou para o próprio dono do imóvel. E, claro, as cores serão preferencialmente neutras, para não ‘agredir’ a paisagem.

E com isso se perde um grande potencial que a arquitetura nos oferece. Sim, é verdade que não conseguiríamos viver numa cidade em que todos os prédios fossem coloridos: amarelo, vermelho vivo, azul bebê, verde limão, como em um baile neón de carnaval. Seria um excesso de estímulos visuais que nos incomodaria. Assim como a rua São Bento no centro de São Paulo já foi expurgada do excesso de placas e de propaganda porque a arquitetura, nesse caso, desaparecia.

Mas é possível colocar cor em um projeto e fazê-lo despertar (mais) empatia. É possível quebrar a monotonia visual. Vejamos os exemplos.


Acima, está o Edifício Comercial João Moura, do Nitsche Arquitetos Associados. Como podemos ver na maquete (logo acima), o edifício real tem até mais cor e vibração. Essas cores não dizem respeito aos usuários do prédio: é uma inserção de cor – e arte – na paisagem cinzenta. Mas também se pode ver que os usuários do prédio foram considerados nesse projeto: os terraços verdes que se abrem para um espaço amplo de não-barreiras e contemplação.




Outro edifício é o Pop Madalena, da Andrade Morettin Arquitetos Associados, que além de inovar com um brilhante RASGO no meio do edifício, tornando-o permeável à paisagem existente, completa com brises coloridos (móveis!) que já foram apropriadamente chamados de ‘Cromatismo em Movimento’. Não sabemos se o verde e o amarelo expressam certo ufanismo. O certo é que o edifício (em forma de L) que integra o comercial e o residencial (em andares distintos) é um projeto INOVADOR em vários aspectos.




Mas não é preciso ter medo!  Usar a cor em um edifício não significa que seja preciso recorrer a um artista plástico. A Cor desperta nossas emoções, a Cor traz vida, a Cor é vida. Assim, mesmo nesse exemplo da Estação Fradique Coutinho do metrô de São Paulo, o uso da cor (que está longe de ser uma obra de arte) é extremamente positivo, porque tira o usuário do espaço de sua passividade, provoca uma reação – e nesse caso a reação é puramente ‘sensorial’ já que essas portas pintadas em várias cores não são uma peça de publicidade – como as habitantes das metrópoles estão acostumados a ver. Eles (nós) podem contemplar a cor sem precisar receber uma mensagem que os induzam a comprar (compre, compre, compre!) alguma coisa.
A Cor deveria fazer parte da paisagem urbana.  Mas para isso é preciso que os arquitetos (e futuros arquitetos também) não tenham medo dela.

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