O sonho de
todos os arquitetos é produzir uma obra – com tijolos, cimento, concreto – que
seja considerada uma obra-de-arte, quer dizer, algo de
indubitável valor artístico. As chances,
contudo, são mínimas. Pouquíssimos prédios no mundo podem entrar nessa
categoria, e talvez seja por isso que arquitetos como Santiago Calatrava apostam em estruturas com formas e materiais
inovadores, a ponto de o resultado final ser tão surpreendente que provoca nas
pessoas tudo menos indiferença – da mesma forma que uma obra de arte
provocativa em uma Bienal.
Todos sabem
que prédios são obras utilitárias e a grande maioria passa despercebida dos
observadores.
Ocorre que,
em alguns casos, um prédio desinteressante depõe contra sua própria função em
determinado contexto. Um museu, por
exemplo, não deveria passar despercebido.
Francisco Brennand, na elaboração de seu próprio
museu, fez outro tipo de opção: associar sua arte aos prédios de uma olaria já
existente, e chamar colaboradores como Roberto
Burle Marx para compor o paisagismo, onde também estão suas obras de arte.
Esse é um procedimento que pode ser adotado em muitos casos — ou seja, associar
diversos fazeres artísticos em um projeto, de maneira que o resultado final
seja harmônico — e artístico.
Paisagismo de Burle Marx |
O conjunto
arquitetônico de prédios-galpões recebe uma área inter-mediária a céu aberto onde a arte se impõe como um santuário —
como se estivéssemos em um Templo Maia. Ali, multiplicam-se criaturas de
formas inesperadas, humanas ou semi-humanas, animalescas, ou simplesmente
misteriosas. O significado dessa arte não é dado de imediato, e nos leva à
contemplação. O fato é que essa ‘área intermediária’ mantém a mesma proporção
dos prédios do entorno, garantindo a harmonia dos espaços, e indica como esculturas podem construir um espaço ao
mesmo tempo virtual e real, delimitando corredores, ágoras, passagens. Por
outro lado, a cerâmica (também
assinada por Brennand) associada a algumas paredes as transforma em telas
gigantes, sem que a dimensão arquitetônica seja perdida.
Tudo isso não é, evidentemente, algo que possa ser copiado a torto e direito. Mas podemos, sim, afirmar que a Oficina Brennand é um exemplo de integração entre Arte e Arquitetura, e algumas dessas soluções podem perfeitamente inspirar arquitetos dos tempos atuais — voltando mais uma vez à ideia de que mais vale uma ousadia arquitetônica do que o eterno ‘forma-segue-a-função’. Hoje, quem pensaria em abrir nichos em paredes externas para abrigar esculturas? Provavelmente ninguém — mas vamos deixar no ar a pergunta: Por que não?
Adão e Eva em nichos em parede cobertas de cerâmica |
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Lindas imagens!! Eu conheço e gosto muito!
ResponderExcluirBelissimo trabalho do artista Francisco Brennand!! PALMAS para ele!!
ResponderExcluirmuito bonito!!
ResponderExcluirmuito bonito!!
ResponderExcluirLindo sim!! eu quero visitar!!
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